Procelária
É vista quando há vento e grande vaga
Ela faz o ninho no rolar da fúria
E voa firme e certa como bala
As suas asas empresta
à tempestade
Quando os leões do mar rugem nas grutas
Sobre os abismos passa e vai em frente
Ela não busca a rocha o cabo o cais
Mas faz da insegurança a sua força
E do risco de morrer seu alimento
Por isso me parece imagem justa
Para quem vive e canta no mau tempo
Com este poema de Sophia de Mello Breyner Andresen gostaria que pudessemos tecer alguns apontamentos sobre a nossa necessidade de ter, ou não, “a rocha, o cabo, o cais”…
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